sábado, 28 de março de 2009

Em Defesa do IPAHB


Dr. Arnaldo José de Castro

Apercebido teoricamente dos recursos da sua ciência, o historiador Gênesis Torres, dotado do senso de organização e iniciativa, curou de institucionalizar o projeto de revisão, sistematização, pesquisa, recuperação da memória documental, produção e atualização permanente de conhecimento histórico da Baixada Fluminense. Longe de uma ruptura entre os historiadores do presente e do passado, propõe a retomada da obra realizada e legada, dando-lhe continuidade em reconhecimento aos inegáveis méritos dos predecessores.
Não só a “Memória Histórica” de Arlindo Medeiros, as páginas de Waldik Pereira, José Lustosa, Ruy Afrânio Peixoto, Barbosa Leite, encontram continuidade no labor do Instituto de Pesquisas e Analises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense (IPAHB), mas todos os que se consagraram ao saber ou ao registro histórico. Com o IPAHB nasce a Escola de Historiadores da Baixada Fluminense, no sentido de um concurso de princípios que visa a objetivos determinados, congregando valores conforme Guilherme Peres, Rogério Torres, Ney Alberto, mestre Ondemar Ferreira Dias, Stélio Lacerda, Antonio Lacerda de Menezes, e aberta a todas as permutas e colaborações culturais.
Por estas e muitas outras razões, esta insigne Instituição – IPAHB, não pode sucumbir pelo simples capricho de um momento político que a cidade vive. O bom senso há de prevalecer para o bem do povo baixadense

segunda-feira, 16 de março de 2009

Posse da Diretoria para o biênio 2009/2010 do Forum Cultural da Baixada Fluminense


Foi neste sábado, 14 de Março de 2009, na unidade SESC Duque de Caxias a solenidade de posse da diretoria do Fórum Cultural da Baixada Fluminense biênio 2009 -2010.

Cerca 100 pessoas lotaram o auditório, vindos de vários pontos da Baixada Fluminense, entre elas, podemos destacar as seguintes instituições presentes: Câmara de Vereadores De Nova Iguaçu; Brigada Voluntária Brasileira–BVB; Jornal O Municipal; Subsecretaria de Governo Baixada - SEGOV; Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica da Baixada Fluminense - PINBA; Jornal Baixada em Foco; Conselho Cultura de Duque de Caxias; Guarda Municipal do Rio de Janeiro; Jornal Bate Papo; ACDUC; SESC Rio de Janeiro; Secretaria de Cultura Belford Roxo; Instituto de Pesquisas e Análises Sociais da Baixada Fluminense - IPAHB; EncontrArte; Cia. Teatral Fios da Roca; Ass. de Moradores do Bairro Botafogo (Nova Iguaçu); Casa da Amizade (Duque de Caxias); Lions Clube de D. Caxias; Grupo Ecológico Herdeiros da Natureza - GEHNAT; Academia de Letras e Artes de Duque de Caxias - ADLA; Associação de Artistas Plásticos de Duque de Caxias - AAPDC; COMEDINEPIR- Duque de Caxias; AMABEP; Ong EXOBRAS; Academia de Letras de Mesquita - ALAM; Centro Cultural Casa de Pedra; ASSEAFRO; Universidade Rural do Rio de Janeiro-UFRRJ; SINCOCIMO/ FIRJAN; Ong MOCOM; Rotary Clube de D. de Caxias; CIEP 135; Colégio Pedro II; Afoxé Raízes Africanas; FUNASA; Agencia Caça Talentos; Coordenadoria Regional Metropolitana VII(Belford Roxo); Revista Social 3º Setor; Cia. Teatral Tudo Vira Cena; Centro de Difusão Cultural Kinguelê; Sec. Cultura de Japeri; Madrigal Nova Harmonia; FOMEC – Fórum Meritiense de Cultura; Sec. Cultura Queimados e Centro de Arte e Cultura (CAC) UFRRJ.

A mesa foi composta pelo Prof. Paulo Christiano Mainhard, que ao saudar o público ressaltou a importância do Fórum Cultural da Baixada Fluminense para a valorização dos valores baixadenses, também fez homenagem a dois membros do 'Fórum: Prof. Gênesis Torres e o Engenheiro e pesquizador de ferrovias o Sr. Luiz Octavio; Gilberto Fugimoto, representando o SESC Rio de Janeiro louvou a importância do Fórum e se colocou a disposição para parcerias; o Vereador Carlos Ferreira, de Nova Iguaçu, endossou as palavras do presidente da mesa e lamentou a ausência de salas de cinema na região da Baixada Fluminense com aproximadamente três millhões e quinhentos mil habitantes; Eliane Vaz, representando o Subsecretário Carlos Castilho, saudou o público com falas de incentivo aos valores da região, bem como se colocou a disposição para o apoio necessário; Maria Carla, representando a Secretaria de Educação de Japeri, desabafou tristemente sobre a inexistência da uma Secretaria de Cultura, mas enfatizou a luta do Departamento de Cultura junto ao legislativo por políticas públicas para este setor; Carla Pacheco, representando a Secretaria de Cultura de Belford Roxo falou do desafio em desenvolver a cultura na cidade, mas destaca a expectativa de inauguração da sala Cine-teatro na atual gestão; Alexandre Marques, representando, a Secretária de Cultura de Duque de Caxias, e o Conselho de Cultura do mesmo município, convidaram o público para uma participação mais ativa no Museu Vivo do São Bento, que articula por mais apoio do legislativo em favor do patrimônio do município; o Prof. Orlando Marques CAC/UFRRJ, destacou a abertura da Universidade Rural para criação de parcerias, enfatizando que o departamento cultural da mesma é uma unidade integradora da comunidade acadêmica em todo o entorno da Baixada Fluminense. A Prof. Mara Pinto da Coordenadoria Metropolitana VII.

Como atrações artísticas se apresentaram a Orquestra Vida de Nilópolis, sob o comando da Violinista Priscila Farias e o Poeta João Prado, da Academia de Letras e Artes de Mesquita.
Chamados um a um pelo mestre de cerimônias Raphael Gomes, a diretoria Diretoria Executiva biênio 2009 – 2010 se apresentou no palco na seguinte ordem:

Carlos Roberto Cahé – PRESIDENTE;
Sergio da Silva Vasgestian - VICE-PRESIDENTE;
Maria Auxiliadora Nascimento - 1ª SECRETÁRIA;
Ana Paula de Oliveira Santos - 2ª SECRETÁRIA;
Claudina Nunes de Souza Oliveira - OORDENADORA CULTURAL;

Luiz Octávio da Silva Oliveira - 1° TESOUREIRO;
Reginaldo Francisco de Oliveira - 2° TESOUREIRO.

O Conselho Fiscal ficou assim:
Gilmar Machado de Almeida - 1° CONSELHEIRO;
Irani Fonseca Correia; - 2° CONSELHEIRO;
Adriano Dias de Mello - 3° CONSELHEIRO

Thiago Ribeiro de Carvalho, 1º Suplente;
Antonio Carlos Meritello Machado; 2º Suplente e
Manoel Mathias Thiburcio Filho - 3º Suplente

Após ser empossado, o Presidente, Carlos Cahé homenageou o Prof. Paulo Mainhard com um certificado de Presidente de Honra, e os Professores - Pesquisadores Tânia Amaro e Gênesis Torres com o título de Sócio Benemérito, bem como o Subsecretário de Governo da Baixada Sr. Carlos Castilho.

Durante quase todas as falas, foi manifesto a indignação com o despejo do IPAHB do município de São João de Meriti, evidenciando que políticas partidárias só tende a desfavorecer a continuidade das ações positivas para a valorização da nossa cultura.
Ao término da solenidade, foi oferecido um coquetel para todos os participantes.

E-mail: forumculturalbfluminense@gmail.com

sábado, 14 de março de 2009

Em defesa do IPAHB

Mazola Barreto de Lima
Professor de História

O IPAHB não abriu apenas uma porta para minha vida; abriu todas as portas que eu necessitava para a minha carreira acadêmica. Descobrir a História da Baixada através do curso ministrado pelo IPAHB é como tomar nas mãos a História de um país que mal conhecemos.
Como pesquisador da História da Baixada Fluminense, em particular da história da extinta Vila da Estrela, não posso acreditar que as autoridades municipais queiram retirar o IPAHB desse espaço que as pessoas procuram para fazerem suas pesquisas escolares, estudar, visitar o museu e usufruir dos serviços que são oferecidos por esta conceituada instituição.
Particularmente agradeço a sorte de viver próximo do IPAHB e ter sido possível cursar as aulas sobre a História da Baixada Fluminense em 2000. Devo dizer que minha vida a partir desse curso tomou novo rumo. Por tudo isso, só tenho a agradecer e juntar, enquanto cidadão, o meu repúdio a essa medida nada “civilizada” por parte das autoridades que deveriam também se matricular no curso e aprenderem a valorizar o que há de mais sagrado na história de um povo: o seu passado, seja ele qual for.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Marcelo Reis
Turismólogo e empresário de turismo

Eu não posso acreditar que isso está acontecendo!!!! É um absurdo sem tamanho, isso é um crime contra a educação e a cultura , quando penso que existe tanto dinheiro mal aproveitado em projetos eleitoreiros e quando de fato tem-se um projeto espetacular que mexe com a auto estima de milhares de pessoas não dão o devido valor, falo isso como membro de comunidade carente( Iguassú velho) que tem sua história diretamente ligada ao IPAHB, e todas as vezes em que vi pessoas da comunidade em alguma parceria com o IPHAB era notória a sede de saber e várias pessoas que conheço que são curiosas com essas histórias , quando apresentadas ao IPAHB ficam encantadas e orgulhosas ao saber que aqui na Baixada tem ele. Isso é uma lástima.

Manifestação em defesa do IPAHB

Maria Celina Whately
Historiadora e presidente da Academia Resendense de História


Lamentamos profundamente o fechamento do IPAHB, instituição fundamental para o resgate e preservação da memória da Baixada Fluminense. Até quando iremos conviver com este tipo de descaso pela nossa História?


Dr. Osni Feitosa
Diretor da Escola Superior da Advocacia


Lamentavelmente o povo sofre passivamente no curso da historia, porque nas mais das vezes são incapazes de analisá-las. Estão divorciados da belíssima relação entre a cultura, a história e o direito...direito esse capaz de mostrar ao autor dessa ignominiosa insensatez, que o povo perderá mais um patrimônio. lembrando, todo poder emana do povo!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Em defesa do IPAHB

Josué Cardoso
Jornalista e agente cultural

A decisão do atual prefeito de São de João de Meriti, de despejar um órgão de grande importância e relevância para a Baixada Fluminense há mais de 10 anos, como é o IPAHB, merece todo o repúdio da população e da comunidade cultural da Baixada Fluminense.
Essa atitude inexplicável contra um órgão que resgata, preserva a história e agrega os valores da região da Baixada Fluminense - onde Meriti está incluída - parece ser um sinal de que estamos voltando a uma ditadura (não assumida, vale observar), quando nada - nem a lei - é limite para os “donos” do poder promoverem perseguições e outros atos de violência, especialmente aos que pensam, influenciam e formam opinião.
É lamentável esse ato violento do prefeito e “senhor” Sandro Matos. Saiba o mesmo que, mesmo tentando cercear o conhecimento e o saber, sua ira contra a cultura ficará na história, ao alcance de moradores (e eleitores), estudantes, pesquisadores, enfim, de todos, ainda mais que a internet hoje é certamente o mais democrático meio de comunicação.
Mesmo com todo o seu "poder", sabemos que o prefeito não conseguirá “apagar” os registros da história, onde ele, infelizmente, acaba de se inserir com este ato insano e criminoso contra a nossa história.
Agora, temos que nos preparar para evitar outras atrocidades, como, por exemplo, a queima de livros e de documentos, e a “censura” aos meios de comunicação, entre outros atos de loucura.

Depoimentos em defesa do IPAHB

Professora Shirlene de Carvalho

Estou indignada com essa medida tomada pela prefeito de S.João. Caso eu puder ajudar em algo, pode contar! Fechar o IPHAB é demonstrar um descaso e uma falta de respeito com nossa sociedade e a nossa História.


Sarah Lopes

Queridos amigos do IPAHB,tive a honra de presenciar a criação do Instituto e conheço de perto a seriedade e comprometimento do trabalho vocês. Acho que temos que nos manifestar de alguma ou de todas as formas para impedir a interrupção de uma instituição tão cheia de vida, tão importante para a memória do nosso povo. Contem comigo para o que for necessário! Muita força!

Prof. Rogério Torres
Escritor e Membro da Associação dos Amigos do Instituto Histórico e Geográfico de Duque de Caxias


Meu querido Gênesis:È duro a gente saber que, uma instituição com tantos serviços prestados à Educação e à Cultura, seja tratada dessa forma estúpida. Pode ser duro saber, mas é fácil entender. Afinal, o nosso querido prefeito não deve ter tido a oportunidade de freqüentar instituições como o IPHAB e aprender mais sobre a mesma, bem como sua importância para a cidade de São João de Meriti.

Prof. Sheila Gomes

Olá Professor, fiquei chocada. Hoje li no jornal "O Globo - Baixada" que o IPAHB fechou, ficou sem sede. Gostaria muito de fazer algo para mudar isso. Estou inconformada. Sinto muito. Um grande abraço.

domingo, 8 de março de 2009

IPAHB, uma Instituição ameaçada.


Gênesis Torres

Diretor Presidente do IPAHB

O Instituto de Pesquisas e Analises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense, nasceu em 1997 em São João de Meriti, com a finalidade de reunir os historiadores da Baixada, por iniciativa dos Historiadores Gênesis Torres, Guilherme Peres, Ney Alberto, Rogério Torres e Marcus Monteiro. Nestes dez anos o Instituto contou com o apoio da Prefeitura da cidade, o que possibilitou transformar-se na mais importante instituição de pesquisa e divulgação dos conhecimentos históricos sobre a região.
O IPAHB acumulou uma bibliografia especifica sobre historia regional. Um acervo documental e iconográfico que tem servido como fonte aos alunos das universidades dos cursos das áreas das Ciências Humanas, possibilitando o avanço dos conhecimentos científicos e os novos direcionamentos sobre políticas públicas regionais.
Nestes dez anos o Instituto acumulou saberes históricos sobre os 11 municípios que formam a Baixada e seus respectivos bairros. Todo este material esta disponível a população através do site
www.ipahb.com.br com visitação que chega a casa 400 mil usuários ate dezembro de 2008. A riqueza de seu conteúdo tem servido como fonte de pesquisa a todos os órgãos de imprensa escrita e televisada, nas suas diversas matérias que versam sobre a Baixada Fluminense. Os pesquisadores do Instituto hoje são uma referencia que divulga positivamente a região.
O IPAHB trabalha com a alta estima da população, porque acredita no grande potencial humano e econômico, nas possibilidades de crescimento social e na elevação do índice de desenvolvimento humano. Há ainda, um grande potencial ecológico ao lado de uma reserva biológica contígua a serra do mar.
A necessidade de divulgar esta riqueza material e ambiental, foi criando o site
www.turisbaixada.com.br . Neste veiculo você encontra tudo que interessa ao turista que visita a Baixada Fluminense, desde o patrimônio histórico, os sítios e pousadas, hotéis, restaurantes, cultura, serviços, points, eventos e muitas outras informações e dados sobre os municípios que formam a Baixada. Esta contribuição com informações turísticas, comprovadamente tem possibilitado um maior interesse pela região.
Para atender os custos de manutenção, desenvolver os projetos de restauração iconográfica e bibliográfica e outros o IPAHB mantem serviços e cursos a população. Entre eles destacamos o Curso sobre Historia da Baixada e as diversas oficinas realizadas pelo Centro de Artes do IPAHB. Estas oficinas visam valorizar criatividade e a capacidade produtiva do povo baixadense.
O IPAHB hoje e uma Instituição imprescindível para o entendimento e compreensão sobre o conteúdo histórico da Baixada Fluminense. O trabalho com a cultura e a pesquisa não sobrevive sem o mecenato do Poder Publico. Os recursos dos serviços prestados não geram excedentes e a manutenção necessariamente e dependente de organismos públicos e ou de instituições nacionais e internacionais.
No entanto, toda a estrutura esta ameaçada. O IPAHB esta sendo convidado a entregar os espaços do prédio alugado pela Prefeitura em SJMeriti. O prejuízo para os trabalhos desenvolvidos pela Instituição serão grandes. A não acomodação em outro espaço poderá selar o fim de sua existência.

Depoimento em defesa do IPAHB


Clóvis Correia
Professor de História e Escritor Educacional



Posso dar o meu testemunho pessoal, no caso específico do setor que é responsável no IPHAB - Biblioteca, da importância que representa para a cultura local e regional. Eu me coloco à disposição para ajudar na busca de um entendimento, onde sejam contemplados as prerrogativas do novo governo eleito em formular políticas públicas e os interesses legítimos dos produtores de cultura e da comunidade.


Stélio Lacerda
Professor de História, pesquisador e escritor



Motivo de orgulho para a Baixada Fluminense, a obra cultural do IPAHB não será vencida pelo obscurantismo. Ameaças de despejo e outras desconsiderações, filhas do oportunismo e da ignorância, não vão apagar e desmerecer as contribuições à nossa historiografia.Receba a solidariedade e o apreço deste modesto pesquisadorAbraços


Norma
Professora


É realmente lamentável o fechamento do IPAHB Guilherme. Uma pena.Uma população tão carente de tudo (em especial de informação e educação) quanto a de São João, perder seu único acervo acessível. É demais, de indignar!!!Essa notícia me deixou profundamente triste. Triste mesmo. Será que a prefeitura não cederia um outro espaço? E o governo estadual, alguma escola pública, será que acolheria vocês?Mas e você, fora isso, como está?Bjssssss


Valeria Guimarães

Prof. Curso de Turismo UFF



Estou chocada, de verdade. Um dos pouquíssimos lugares que se dedicam a valorizar a cultura do povo da Baixada, literalmente move obstáculos para divulgar e defender o patrimônio local está sendo despejado a pretexto de cobrar pelos cursos ministrados. Se isso ocorre e essa prática não é considerada aceitável pela atual gestão pública municipal, então porque ela (a Prefeitura, através de sua secretária de cultura) não cobre os custos necessários para a continuidade dos projetos?Recentemente, o Museu Histórico Nacional fez uma exposição sobre o Corpo Humano cobrando 40,00 num espaço público; todas as universidades públicas para driblar o problema da falta de recursos cobra um valor simbólico ou não para seus cursos de extensão e pós-graduação latu sensu (o excelente curso de pós-graduação lato sensu em História da UFF é um deles e tem o respeito da sociedade). O argumento utilizado pela secretaria de cultura é, no mínimo, questionável, para não dizer infundado.Primeiro como aluna e depois como palestrante do curso de História da Baixada do IPAHB devo reconhecer que os serviços prestados por esse instituto vão muito além dos conhecimentos científicos sobre o lugar onde a maioria dos alunos que participa do curso vive. São também sólidas relações de afetividade e uma rara injeção de ânimo na auto-estima de seus freqüentadores. Também as comunidades do entorno dossítios visitados (em deplorável estado de conservação, por descaso domesmo poder público), são beneficiadas, despertando para a consciênciada importância do lugar em que vivem.Este poderia ser um belo início para a nova secretaria de cultura começar o governo, tornando a relação apartidária, reconhecendo a utilidade pública do IPAHB e aproximando-se dele, ouvindo as suas necessidades e oferecendo-lhe apoio para a continuidade dos bons serviços prestados, com mais estrutura e condições para os seus gestores e freqüentadores. Ao contrário, assim como o fez o festejado D. João VI, 200 anos atrás, o IPAHB recebeu um repentino PR "ponha-se na rua", para dar lugar à instalação da nova corte, beneficiada pelos privilégios político-partidários.Como professora de um curso de turismo que milita a causa do desenvolvimento sustentável e da geração de emprego e renda para ascomunidades locais através do turismo, e como moradora da Baixadadurante 28 anos, não posso ficar calada diante de um absurdo desses.Sugiro que seja feita uma convocação de todos os alunos e professoresque já passaram pelo IPAHB para assinarem um manifesto virtual contra o despejo dessa casa do povo. Também sugiro matérias no Globo Baixada, RJ TV, RJ Record e toda a imprensa local. Calados é que não podemos ficar.Senão, corremos o risco de sermos os próximos despejados e aí ser tardedemais, como dizem os poemas de Brecht e Maiakovski.Abraços a todos e um especial para o Gênesis e o Guilherme.Gostaria que fizessem com que essa mensagem e a minha solidariedadechegasse até eles, pois não tenho os seus e-mails.


Nelson Aranha
Mestrando de Historia da UFRRJ e ex-diretor executivo da Casa de Cultura de Nova Iguaçu e ex-diretor de patrimônio histórico da Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu.


Caros amigos.

É com imenso pesar que recebi esta notícia.Infelizmente esta não foi a primeira e nem será a última vez que presenciaremos este tipo de ação por parte de (des)governos. Basta olharmos nossa querida Baixada Fluminense destruída que, apesar dos esforços de seus HERÓIS (Ruy Afrânio Peixoto, Ney Alberto Gonçalves de Barros, Waldick Pereira, Ondemar Dias, Frederico Fernandes Pereira, Antônio Lacerda de Meneses, Marcus Monteiro e tantos outros), todos osdias, meses e anos vê este tipo de violência, na verdade, não só o (des)governo de São João de Meriti, mas de todos os municípios, incluindo minha cidade, Nova Iguaçu, quando não sofre com os inimigos nascidos na própria terra que se vestem de políticos e destroem o patrimônio a revelia do povo, sofre com os inimigos alienígenas, como é o caso dos estrangeiros paulistas do PT, ou pt, que vieram para Nova Iguaçu.Esperem, e em breve, a Casa de Cultura (ou como eles querem chamar Sylvio Monteiro) está fechada, esperem e todos verão todo o acervo do IHGNI do Ney Alberto que esta (ou estava) lá dentro desaparecerá ou será jogado no lixo, tal qual a Fazenda São Bernardino, a Vila de Iguaçu etc etc, e infelizmente etc.Porque essa "gente" não tem compromisso com ninguém nem com nada.A isso que fizeram com o IPAHB chamo de ignorância, violência, estupidez, crime e traição.Como os da casa dão mal exemplo, os de fora também querem fazer maldade com o povo, que infelizmente nem sabe do que esta acontecendo, sempre alheio à sua própria História, porque não deixam o povo se apropriar do que é seu.Eu sugiro um grande abaixo assinado e um protesto em frente a casa ou a prefeitura destes criminosos. Por outro lado, já que eles são o que são, é melhor tirar todo o acervo de perto deles mesmo senão vão jogar no lixo ou vender como sucata "estas coisas velhas" que estes imbecis sequer sabem o que é.De qualquer forma, acho que deveríamos fazer um grande abaixo assinado e levar à imprensa, com a assinatura de todos os nosso heróis vivos e mais os estudantes de historia da Rural, da UNIG, da Uniabeu, da Estácio etc etc.Forte abraço a todos e contem comigo para o que for necessário.

Luiz Claudio Biato Portugal
Professor de História, Pesquisador e Fiscal de Rendas


Prezados amigos, é com surpresa que recebo esta notícia do fechamentodo Museu e por conseqüência do IPAHB.Apenas para esclarecer aqueles que ainda não conhecem bem o IPAHB, adiante, dou meu testemunho sobre o que presenciei neste último ano de 2008, no qual fui aluno do Curso de História da Baixada.Já prevendo esta possibilidade de ingerência política no IPAHB, por este motivo, foi que a alguns anos atrás este Instituto foi transformado em uma ONG; desta forma, não vejo como possa este "poder público de ocasião" querer se intrometer no IPAHB.Mais estranho ainda se mostra o fato de que o atual Prefeito sempre manifestou orgulho do IPAHB, entretanto, agora, surgem os escalões menores, talvez por ciúme ou interesse, levantando argumentos levianos para buscar desestabilizar IPAHB, ao que parece, com o único propósito de ocupar aquela área nobre que fica próxima a estação do metrô Pavuna.O governo passado de São João foi terrível em todos os sentidos, péssimo, horrível, porém, ainda assim, nunca se meteu com o IPAHB.Agora, quando se esperava investimentos, etc. deste atual governo, surge esta notícia.Quanto ao fato da cobrança pelo curso, que foram três parcelas de R$80.00, digo sinceramente que ainda que tivesse sido cobrado DEZ vezes mais eu pagaria e sairia gratificado. Notem amigos que tal custo pode ser tido inclusive como simbólico, visto que todas as "manhãs de sábado" encontrávamos um farto lanche antes das aulas, nas quatro viagens que fizemos o transporte e o motorista conseguidos foram gratuitos, o pedágio, o café, as palestras, os ingressos foram grátis e, até quando tivemos que almoçar em locais mais caros, aqueles que estavam desprevenidos, tiveram suas despesas pagas pelo Prof. GÊNESIS; sem contar o Livro de luxo que recebemos, certificado, apostilas e, por fim, o sensacional churrasco de encerramento patrocinado pelo Prof GENESIS na sua casa sem cobrar um centavo de todos que compareceram ou de seus acompanhantes. Por todo exposto, cai por terra todo o argumento de comercialização do curso, chegando mesmo as raias do ridículo, digo mais, colocado na ponta do lápis talvez o que foi gasto com a turma tenha em muito superado o valor arrecadado pelo IPAHB.Como já trabalhei em vários Municípios sei que neste período pós eleições sempre surgem os "gênios" e "gênias", oportunistas de ocasião, com suas fofocas e projetos mirabolantes, querendo aparecer para o novo Prefeito, buscando um lugar ao sol. Acho que é o que acontece lá.Assim sendo, acho que devíamos criar uma rede de solidariedade e pensarmos em algum ato inteligente e eficaz para mostrarmos nossa indignação contra este verdadeiro atentado.Gostaria que os amigos se manifestassem sobre o fato enviando suas opiniões e idéias sobre se é oportuno e recomendável que façamos agora, alguma coisa.Um abraço a todos

Depoimentos em defesa do IPAHB


Ondemar Ferreira Dias
Diretor Presidente do Instituto de Arqueologia Brasileira


O IAB pode oferecer guarda provisória do material de exposição em sua sede própria em Belford Roxo. Em relação ao acervo da biblioteca não dispomos de espaço nas nossas instalações congêneres para a totalidade, mas seria possível estudarmos uma solução também provisória, assim como para o restante das coisas do IPAHB. De qualquer forma não podemos deixar o IPAHB no "olho da rua". Ajudaremos no que for possível, dentro das nossas possibilidades. Contem com a nossa solidariedade.


Paulo Christiano Mainhard
Professor da UERJ-FEBEF


Só para esclarecer que nos últimos 5 ou 6 anos o Curso de História da Baixada, magnifìcamente coordenado pelo Prof. Gênesis Torres, foi ministrado pelo IPAHB com parceria da UERJ/FEBF/PINBA, que inclusive chancelava os certificados emitidos.


Carla Matheus

Que absurdo!!!!
Isso merece uma ação conjunta de todos os profissionais e estudantes de História e disciplinas afins!
Abraços e as bençãos de Deus


Maria Aparecida Souza Gomes

Quem "despeja" a cultura, deixam desabrigados de História. É ultrajante o que fazem. História é como um campo minado, cada explosão é uma experiência do que deve ou não ser feito outra vez.


Jorge Astorga
Arquiteto

Envio meus desejos de Muita Saúde, Paz e Felicidades à todos e desde já mais uma vez os parabenizo por toda a proteção que exercem sobre o Patrimônio do Rio de Janeiro.
Agradeço o texto de Charles Darwin ao Mestre Guilherme Peres.
Lamento o que parece não ter volta, a perda de um centro de memória, e me coloco a disposição para que encontremos um novo local e quem sabe uma nova construção para o IPAHB, que pode vir até de um concurso de idéias.
Creio que cabe um projeto de incentivo para conseguir o apoio tanto de instituições estatais como de particulares.
Também reitero o meu interesse na Restauração na Casa do Capão do Bispo, onde funciona o IAB.

Em defesa do IPAHB


Alberto Marques Dias
Jornalista - Duque de Caxias

A Cultura na Baixada está de luto!
Ela está sendo vítima de um frio e calculado assassinato, praticado por representantes do Poder Público que deveriam agir como procuradores do Povo, nunca como seus carrascos.
Depois que a Mesa da Câmara de Duque de Caxias resolveu despejar uma biblioteca que ali funcionava há 38 anos, a Secretaria de Cultura do município resolveu fazer o mesmo com um grupo que há 17 anos ministrava cursos de teatro para jovens carentes do município, de onde saiam atores, atrizes e pessoal da cenografia para trabalharem em teatros, cinema, circos e TVs.
Em Nova Iguaçu, o prefeito Lindberg Farias simplesmente se nega a pagar o que o município deve ao valente jornal "Correio da Lavoura", com 80 anos contando a História da Baixada e que está afundando numa crise que nada tem a ver com a crise do mercado globalizado.
Nesse verdadeiro rosário de más notícias, vem de São João de Meriti a denúncia de que a Secretaria de Cultura decidiu despejar o Museu de Arqueologia que o IPAHB vinha montando ao logo de décadas, com a dedicação e o esforço de professores e pesquisadores da Baixada. Era ali que se realizavam os cursos sobre a História da Baixada, que nenhuma Faculdade pública do Estado do Rio se atreve a ministrar por falta de competência ou conveniência de seus diretores.
Ainda bem que o mandato do prefeito é de apenas 4 anos. Já imaginaram aturarmos essas administrações por 15 ou 20 anos, como sonham Evo Morales, Hugo Chaves e Lula?

Depoimento em defesa do IPAHB


Paulo Clarindo
Coordenador do grupo: Amigos do Patrimônio Cultural Fluminense


Acabo de receber a triste notícia do nosso amigo e jornalista Alberto Marques a respeito do que as autoridades governamentais estão fazendo em alguns municípios da Baixada Fluminense – Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São João de Meriti – em relação à tão já prejudicada e ameaçada CULTURA. Não bastasse a carência de recursos financeiros para execução de muitos projetos culturais de pequeno porte, mas igualmente tão importantes quanto os demais, eis que os nossos políticos resolvem agir na contramão da história, impedindo que a população tenha acesso pleno à cultura (biblioteca, teatro, música, museu).
Quanto ao município de São João de Meriti, fato bastante lamentável é o despejo do Museu de Arqueologia criado pelo Instituto de Pesquisas e Análises Históricas da Baixada Fluminense (IPAHB), instituição não governamental, cujo espaço fora cedido há alguns anos pela Secretaria de Cultura local. Não é a primeira vez que aquela pasta tenta despejar o IPAHB. À época, houve um alarde muito grande que sensibilizou a opinião pública da Baixada, tendo como conseqüência a reversão da situação. Agora, com a nova administração municipal tudo é possível, a ameaça pode se concretizar. Por outro lado, reagiremos contra os insensatos do Poder Público Municipal, nos colocando ao lado dos nossos amigos Gênesis Torres e Guilherme Peres, do IPAHB, e no apoio incondicional à Cultura da nossa querida Baixada Fluminense.

Depoimento em defesa do IPAHB




Por Guilherme Peres
Professor e Memorialista da História da Baixada Fluminense
Diretor Secretário do IPAHB



Compondo uma coleção de 2.800 livros de história, geografia, e antropologia. Livros de viajantes que registraram os quatros primeiros séculos da História do Brasil, coleção completa de Monsenhor Pizarro, relatórios da Província do Rio de Janeiro do século XIX, revistas e jornais da Baixada do século XX, além de cerca de 2000 fotografias registrando acontecimentos sociais e políticos do século passado, administrados e catalogados com esmero desde 1997 pelo IPAHB para facilitar as pesquisas de centenas de alunos que nos procuram durante o ano, sentiu a falta de respeito com esse patrimônio, do atual "Governo' que se inicia em São João de Meriti.Sem procurar os responsáveis por essa instituição para saber o que é um Centro de Memória, que em sua alienação confundem por biblioteca, a Secretaria de "cultura" simplesmente mandou fechar o museu de arqueologia (o único da Baixada) através de terceiros, e fomos "convidados" a entregar a sala em que se encontram esses livros e as mesas para os pesquisadores.Os Cursos de História da Baixada Fluminense que ministramos durante esses anos assim como as aulas de artes plásticas que formam dezenas de artistas. As mais de 400 monografias feitas por estudantes universitários e inúmeras dissertações de mestrado.. Publicação de livros, revistas folhetos etc. È preciso desocupar as salas para novos "projetos", segundo a nova Secretária.
Conclusão: o IPAHB, motivo de orgulho para qualquer Prefeitura séria de nossa região, está sendo colocado no olho da rua de surpresa sem ter um espaço para se instalar, com o risco de não poder mais oferecer conhecimento a uma juventude carente do políticas públicas em mais esse setor. É lamentável!

Quem é o IPAHB


Por Gênesis Torres


A população da Baixada Fluminense hoje soma mais de 3.5 milhões de habitantes. Oriundas das diversas partes do Brasil e do mundo. Trazendo seus traços culturais e sua história. Aqui se adaptaram sociologicamente e criaram novas relações culturais.


A Baixada Fluminense hoje é um caldeirão cultural que produz uma diversidade no seu modo de fazer cultura. O folclore, o artesanato, a culinária e as artes tem manifestações de originalidade e produz mão de obra que se espalha pela Cidade do Rio de Janeiro. O longo processo de adaptação social e geográfica que viveu esta população no século XX fortaleceu os laços de solidariedade e aprendeu longe das ações do poder público encontrar soluções para sua sobrevivência.


O IPAHB vêm trabalhando em diversas frentes de pesquisa e divulgação dos resultados. Campanhas permanentes para obtenção de fotografias, documentos, peças arqueológicas, livros, manuscritos, jornais, revistas, ou qualquer peça que tenha conteúdo que sirva para compor a história social.


Nosso acervo fotográfico chega a mais de 15 mil fotografias, hoje todas digitalizadas e catalogadas. Retratam a memória urbana e todas as diversas atividades do povo baixadense. As fotografias de maior conteúdo histórico estamos salvando a imagem através da pintura em óleo sobre tela. Esse material e algumas peças arqueológicas acabaram por formar o primeiro acervo que gerou o Centro Iconográfico e Arqueológico da Baixada Fluminense (Museu).


Nosso acervo bibliográfico chega a mais de 4.5 mil volumes, que atende o ensino fundamental, médio e superior. Incentivamos os estudantes universitários que atuam na baixada a trabalharem suas monografias e dissertações de mestrado com temas e questões afetas a região. Hoje a Baixada é estudada pela sua própria população. São jovens que estão descobrindo os problemas da região e ajudando a encontrar soluções.


Os cursos de história regional promovido pelo Instituto está ajudando profissionais a entender o universo regional, transformando-os em agentes na preservação do patrimônio histórico.


Salvar a memória social dessa população é um de nossos projetos. Estamos gravando a vida de antigos moradores, são pessoas do povo que tem história para contar dos primeiros tempos do século XX.


Estamos desenvolvendo o projeto “Memória Urbana” que visa pela iconografia selecionar e catalogar todas as construções civis da cidade e fazer a interpretação crítica da evolução habitacional das cidades da baixada.


Para fortalecer os laços com a população mantemos oficinas de artesanato e incentivamos a produção cultural.


Toda tecnologia de mídia produzida pelo IPAHB é colocada a serviço dos produtores culturais da região. Produzimos jornais, livros, revistas, cds room, vídeos e disponibilizamos para a população em geral. O IPAHB acredita que a história pode ajudar no processo de valorização e auto-estima da população baixadense.


Sobrevivemos até dezembro de 2008, graças a sensibilidade do Poder Público Municipal, que nos cedeu um espaço no Complexo Cultural Kenedi Jaime no centro do Município, colocando a disposição recursos humanos mínimos para que levássemos avante os nossos objetivos. No entanto a partir de janeiro deste ano (2009) passamos a ficar a deriva, pois, o espaço onde estávamos foi solicitado.


Sem recursos para continuar, ainda não sabemos para onde vamos, os projetos estão paralisados. Dado a complexidade do tamanho do acervo e o cuidado na sua guarda, estamos procurando uma solução que seja viável ao projeto.

sábado, 7 de março de 2009

O Carnaval e sua História




Por Gênesis Tôrres.

A origem do CARNAVAL vem de uma manifestação popular anterior a era cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de saturnálias, festa em homenagem ao deus Saturno, porém, as divindades da mitologia greco-romana, BACO (deus do vinho) e MOMO, dividiam as honras nos festejos, e aconteciam nos meses de novembro e dezembro. Durante as comemorações, em Roma, quebrava-se a hierarquia da sociedade, já que escravos, filósofos e tribunos se misturavam em praça pública.
No início da era Cristã, começaram a surgir os primeiros sinais de censura aos festejos mundanos na medida em que a Igreja Católica se solidificava. Querendo impor uma política de austeridade, a igreja determinava que esses festejos só deveriam ser realizados antes da Quaresma.
Os italianos então adotaram a palavra carnevale, também chamado de folguedo, tríduo de momo ou Folia sugerindo que se poderia fazer CARNAVAL, ou o que passasse pelas suas cabeças, antes da QUARESMA, numa espécie de abuso da carne, do carnal.
No dialeto milanês CARNEVALE quer dizer: "o tempo em que se tira o uso da carne", pois o CARNAVAL é propriamente a noite anterior à quarta-feira de cinzas. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore
A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI, recebendo o nome de Entrudo - isto é, introdução à Quaresma, através de uma brincadeira agressiva e pesada. O evento tinha uma característica essencialmente gastronômica e era marcado por um divertimento entremeado com alguma violência. Faziam-se esferas de cera bem finas com o interior cheio de água-de-cheiro e depois atirava-se nas pessoas. Os mais ousados, no entanto, começaram a injetar no interior das "laranjinhas ou limões-de-cheiro", substâncias mau cheirosas e impróprias e a festa foi perdendo sua alegria. Foi exatamente esse Entrudo violento que aportou no Brasil.
Adquiriu entre nós, os brasileiros, a idéia de momento de devassidão e da liberação da sexualidade reprimida durante ano. Muitos pensam que é o tempo que procede a cólera de Deus e por isso se apressam em fazer tudo que gostariam antes de aplacar sua ira divina com as cinzas do dia seguinte. Alguns procuram ligar estas festas populares às antigas bacanais greco-romanas, também conhecidas como festas dionisíacas.
Como a sociedade tem regras de convivência, e algumas bastante rígidas, passa a ser o momento da quebra destes padrões comportamentais ligados aos costumes da sociedade ou da comunidade à qual está inserido. De todos os costumes e padrões, destacam-se aqueles ligados à sexualidade. Carnaval é uma festa da libido, dos desejos e dos sonhos. É uma viagem no mundo da fantasia e do inconsciente.
É difícil dimensionar este tipo de alegria, apenas percebemos que são instintos reprimidos, frustrações mal resolvidas, ou mesmo manifestação de alegria represada pelo cotidiano da vida. O carnaval pode ser também o momento de manifestar uma grande alegria, uma felicidade, é um momento de catarse coletiva, é a limpeza da alma. O folião assume uma atitude contra a repressão e a censura, é pela liberdade de atitudes críticas e eróticas.
Esses dias são embalados por uma música de ritmo frenético. O folião entrega-se para o mundo da alegria e acaba contagiando a todos. Há também uma dose de saudosismo, buscando nas músicas as mais belas e as mais tristes recordações do passado, aquelas que de alguma forma marcaram a vida.
O carnaval é de todas as classes sociais e apresenta-se com as mesmas características críticas perante a vida e o cotidiano. Alegra-se o pobre, o remediado e o rico.
O folião busca encantar, ostentar, demonstrar poder e o seu glamour pode estar na fantasia ou na maquiagem, pode estar nas ruas, nos desfiles ou nos clubes. Nestes dias, cada um quer viver o seu dia de glória.

Educação Patrimonial e os desafios da administração pública

Por Gênesis Torres

Dia 01 de janeiro assumiu o comando da Administração Municipal o novo Prefeito Sandro Mattos. Jovem, cheio de entusiasmo, disposição para mudar os rumos de uma cidade tão destruída. Ainda no alvorecer do dia 02 (sexta feira), máquinas, ferramentas, novos secretários e funcionários concentram-se na praça em frente da prefeitura. Dali saíram em direção aos pontos de maior concentração de lixo espalhados pela cidade. Objetivo principal: limpar a cidade e fazer iniciar um processo de conscientização da população quanto os inconvenientes de jogar lixo na via pública.
Ao final da tarde já se via em alguns pontos já conhecidos da população as lixeiras removidas e faixas no local conscientizando a não continuar com aquela prática, se insistir serão multados. No corpo de funcionários uma camisa bem elaborada com os dizeres “todos por uma nova cidade”.
Meriti não é diferente de qualquer outro município da Baixada Fluminense, temos muitas histórias, algumas até folclóricas de prefeitos que fizeram excelentes administrações, mas pecou nos últimos meses de seu governo não recolhendo o lixo e sairam da administração encerrando sua carreira política.
Manter limpa a cidade é dever do administrador público e não lhe dá maiores méritos, o ato de não cumprir com este dever o eleitor o castiga pelo resto de sua vida. No entanto há formas de cumprir com este dever e fazer a diferença. Entre muitas saídas está a de aproveitar o momento para elaborar uma política de reeducação popular quanto a conservação do patrimônio público que modernamente envolve as questões não só do meio ambiente mas também as questões culturais. Mudar comportamentos envolvem projetos que sejam audaciosos e que possam atingir a massa da população, que provoque impacto e que sejam questionadores, este é um ato cultural de educação patrimonial.
Educação Patrimonial se faz num grande Projeto envolvendo a Educação. Se somarmos todas as crianças matriculadas nas redes pública e privada de ensino, chegaríamos a uma número aproximado 150 mil crianças e jovens, junto com estes educandos temos os seus pais e avos, o que elevaria o total para mais de 300 mil pessoas. Se cada escola verdadeiramente envolvesse educandos e seus responsáveis, quanto aos cuidados com o patrimônio público (ruas, praças, jardins, calçadas, rios, valões, prédios públicos e privados, as vias férreas e etc.). Cuidados estes que seriam transmitidos em uma cartilha, onde estariam estabelecidos os deveres do cidadão para com sua cidade. Adotaria também uma política coercitiva para com aqueles que por insistência desrespeitasse as normas estabelecidas.
“Todos por uma nova cidade”, é imperativo que se exige o grau de tolerância zero ao se impor a uma nova ordem. A cidade não pode esperar, os cidadãos chegaram no limiar de um novo tempo, esperando acontecer. Não há como prevaricar, é preciso avançar e não perder mais tempo com questões que há muito já deviam estar resolvidas. A herança é maldita porque não lhe deixa governar, perde-se tempo com políticas do “quintal” quando já deveríamos estar construindo um novo tempo.
Os hábitos e os costumes são adquiridos no meio em que se vive. Os grandes contingentes populacionais que se caracterizam como de baixa renda, moradores nas periferias dos grandes centros urbanos, tem tendências ao relaxamento quanto ao convívio em sociedade, responsabiliza o poder público por tudo que não seja do seu agrado. Banaliza as relações com poder e cobram direitos que são seus deveres.
O administrador público há de ter a consciência dos seus exatos deveres e implantar ações que promovam as transformações na sociedade. A palavra de ordem é sempre ousar e bom senso, não esquecendo dos princípios básicos da administração publica “legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência”.