sábado, 7 de março de 2009

O Carnaval e sua História




Por Gênesis Tôrres.

A origem do CARNAVAL vem de uma manifestação popular anterior a era cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de saturnálias, festa em homenagem ao deus Saturno, porém, as divindades da mitologia greco-romana, BACO (deus do vinho) e MOMO, dividiam as honras nos festejos, e aconteciam nos meses de novembro e dezembro. Durante as comemorações, em Roma, quebrava-se a hierarquia da sociedade, já que escravos, filósofos e tribunos se misturavam em praça pública.
No início da era Cristã, começaram a surgir os primeiros sinais de censura aos festejos mundanos na medida em que a Igreja Católica se solidificava. Querendo impor uma política de austeridade, a igreja determinava que esses festejos só deveriam ser realizados antes da Quaresma.
Os italianos então adotaram a palavra carnevale, também chamado de folguedo, tríduo de momo ou Folia sugerindo que se poderia fazer CARNAVAL, ou o que passasse pelas suas cabeças, antes da QUARESMA, numa espécie de abuso da carne, do carnal.
No dialeto milanês CARNEVALE quer dizer: "o tempo em que se tira o uso da carne", pois o CARNAVAL é propriamente a noite anterior à quarta-feira de cinzas. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore
A festa chegou a Portugal nos séculos XV e XVI, recebendo o nome de Entrudo - isto é, introdução à Quaresma, através de uma brincadeira agressiva e pesada. O evento tinha uma característica essencialmente gastronômica e era marcado por um divertimento entremeado com alguma violência. Faziam-se esferas de cera bem finas com o interior cheio de água-de-cheiro e depois atirava-se nas pessoas. Os mais ousados, no entanto, começaram a injetar no interior das "laranjinhas ou limões-de-cheiro", substâncias mau cheirosas e impróprias e a festa foi perdendo sua alegria. Foi exatamente esse Entrudo violento que aportou no Brasil.
Adquiriu entre nós, os brasileiros, a idéia de momento de devassidão e da liberação da sexualidade reprimida durante ano. Muitos pensam que é o tempo que procede a cólera de Deus e por isso se apressam em fazer tudo que gostariam antes de aplacar sua ira divina com as cinzas do dia seguinte. Alguns procuram ligar estas festas populares às antigas bacanais greco-romanas, também conhecidas como festas dionisíacas.
Como a sociedade tem regras de convivência, e algumas bastante rígidas, passa a ser o momento da quebra destes padrões comportamentais ligados aos costumes da sociedade ou da comunidade à qual está inserido. De todos os costumes e padrões, destacam-se aqueles ligados à sexualidade. Carnaval é uma festa da libido, dos desejos e dos sonhos. É uma viagem no mundo da fantasia e do inconsciente.
É difícil dimensionar este tipo de alegria, apenas percebemos que são instintos reprimidos, frustrações mal resolvidas, ou mesmo manifestação de alegria represada pelo cotidiano da vida. O carnaval pode ser também o momento de manifestar uma grande alegria, uma felicidade, é um momento de catarse coletiva, é a limpeza da alma. O folião assume uma atitude contra a repressão e a censura, é pela liberdade de atitudes críticas e eróticas.
Esses dias são embalados por uma música de ritmo frenético. O folião entrega-se para o mundo da alegria e acaba contagiando a todos. Há também uma dose de saudosismo, buscando nas músicas as mais belas e as mais tristes recordações do passado, aquelas que de alguma forma marcaram a vida.
O carnaval é de todas as classes sociais e apresenta-se com as mesmas características críticas perante a vida e o cotidiano. Alegra-se o pobre, o remediado e o rico.
O folião busca encantar, ostentar, demonstrar poder e o seu glamour pode estar na fantasia ou na maquiagem, pode estar nas ruas, nos desfiles ou nos clubes. Nestes dias, cada um quer viver o seu dia de glória.

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